quinta-feira, 10 de abril de 2014

Oswaldo Cruz

Osvaldo Gonçalves Cruz (São Luiz do Paraitinga, 5 de agosto de 1872 — Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um cientista,médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.
Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.

Biografia

Filho de cariocas, nasceu no interior de São Paulo. Aos cinco anos, acompanhou a família no retorno ao Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Casou-se aos 20 anos, com jovem de família rica. Em 1896, estagiou durante três anos no Instituto Pasteur, em Paris, sendo discípulo de Émile Roux, seu diretor. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.
Foi então criado o Instituto Soroterápico Federal (1900), cuja direção assumiu em 1902.
Diretor-geral da Saúde Pública (1903), nomeado por José Joaquim Seabra, Ministro da Justiça, e pelo Presidente Rodrigues Alves, coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina. A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas. Lavou 11.550 caixas automáticas e registos, 3.370 caixas d´água, 173 sarjetas, retirando 6.559 baldes de lixo e dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando 1.901 litros de petróleo (são dados do livro indicado abaixo, de Sales Guerra). Houve um momento em que foi apontado como «inimigo do povo», nos jornais, nos discursos da Câmara e do Senado, nas caricaturas e nas modinhas de Carnaval. Houve uma revolta, tristemente célebre como a revolta do «quebra-lampeão», em que todos foram quebrados pela fúria popular, alimentada criminosamente durante meses pela demagogia de fanáticos e ignorantes.
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).
Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia.
Em 1916, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.

Academia Brasileira de Letras

Osvaldo Cruz é o segundo ocupante da cadeira 5 na Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Raimundo Correia e recebido pelo acadêmico Afrânio Peixoto em 26 de junho de 1913.

Homenagens

Na cidade do Rio de Janeiro, uma estação de trem, uma avenida, um bairro e diversas escolas têm o nome de Osvaldo Cruz, além do Instituto Soroterápico (atual FIOCRUZ), por ele fundado. Um município do estado de São Paulo também tem o seu nome.
Fundação Oswaldo Cruz - Rio de Janeiro
Em 1909, quando Carlos Chagas descobriu o protozoário causador da tripanossomíase americana (popularmente conhecida como "doença de Chagas") batizou-o com o nome de "Trypanosoma cruzi", em homenagem a Osvaldo Cruz.
Homenageado na capital de São Paulo, com o logradouro Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista.
Em 1913 foi fundado o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, entidade representativa dos estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Em 1936 o sanitarista teve a sua efígie cunhada na moeda brasileira de 400 réis, e, em 1986, impressa nas notas de Cz$ 50,00 (cinqüenta cruzados).
Em 1983, a Marinha do Brasil homenageou-o com o NAsH Oswaldo Cruz (U-18), que opera nos rios da Amazônia a partir da cidade de Manaus.
Em 2003, Marcos Palmeira interpretou o sanitarista no curta metragem de Silvio Tendler Oswaldo Cruz – O Médico do Brasil.




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